Neste trabalho de tese, foi estudada a perda de energia de íons de Be, B
e O incidindo em direção aleatória e ao longo dos canais axiais
<100> e <110> do Si. Os intervalos de energia nos quais as
medidas experimentais foram realizadas variaram entre 0,5 e 10 MeV para
Be, entre 0,23 e 9 MeV para B e entre 0,35 e 15 MeV para O.
Posteriormente, o efeito do “straggling” (flutuação estatística da perda
de energia) nas medidas em direção aleatória também foi analisado, para
íons de Be e O, nas regiões de energia entre 0,8 e 5 MeV e 0,35 e 13,5
MeV, respectivamente. As medidas relacionadas à perda de energia em
direção aleatória e ao “straggling” em função da energia dos íons foram
realizadas combinando-se a técnica de retroespalhamento Rutherford (RBS)
ao emprego de amostras de Si implantadas com marcadores de Bi. Os
resultados relativos à perda de energia ao longo dos canais <100> e
<110> do Si em função da energia dos íons foram obtidos através
de medidas de RBS canalizado feitas em amostras tipo SIMOX (Separated by
IMplanted OXygen). A perda de energia foi calculada teoricamente,
através de três abordagens diferentes: a) a Aproximação de Convolução
Unitária (UCA); b) o método não-linear baseado na seção de choque de
transporte e na regra da soma de Friedel estendida (TCS-EFSR); c) a
teoria binária. A combinação dos cálculos UCA com os resultados
experimentais para a perda de energia canalizada de Be, B e O em Si
permitiu isolar a contribuição do efeito Barkas para a perda de energia.
Essa contribuição mostrou ser bastante grande, chegando a 45% do valor
das outras contribuições para o caso do Be, 40% para o caso do B e 38%
para o caso do O. Esses resultados são comparáveis aos previamente
obtidos no Laboratório de Implantação Iônica da UFRGS para íons de He e
Li. As teorias TCS-EFSR e binária permitiram o cálculo do efeito Barkas
para a perda de energia devida aos elétrons de valência. Os resultados
teóricos e experimentais para a contribuição Barkas total e relativa
foram comparados e analisados em função da carga média e da energia dos
íons para as energias de 300, 400, 500 e 700 keV/uma. O acordo
teórico-experimental é razoável para as energias mais baixas, melhorando
com o aumento da energia dos íons incidentes.
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