18 de fev. de 2012

Feixes de íons para estudos de danos a semi-condutores

Nossa tecnologia atual depende de satélites, seja para transmitir a final do mundial interclubes ao vivo, direto do Japão, seja para tornar possível o uso do GPS, cada vez mais presente, porém o ambiente aeroespacial é muito diferente do ambiente na superfície terrestre, lá os níveis de radiação são muito mais altos do que na superfície.

a maioria dos satélites em funcionamento se situam na chamada órbita baixa, que é entorno de 400Km de altitude, nessa região estão o telescópio Hubble e a estação espacial internacional, e é protegida de uma maior incidência de radiação ionizante pela magnetosfera terrestre, para órbitas superiores, tais como a geossíncrona, a 35000Km de altura, essa região é importante para a comunicação, e sujeita a altas doses de radiação.

Um íon de alta energia, ao atingir um semicondutor, pode alterar os estados lógicos, alterando zeros em uns e vice-versa, causando travamentos, tais erros são os soft-errors, em que a reinicialização do sistema resolve, ou pode danificar a rede cristalina de forma irreversível, inutilizando o satélite, tal evento é chamada de hard-error, e todo componente eletrônico está sujeito a esses eventos.

Cada componente eletrônico, antes de ser utilizado em um satélite deve passar por testes que comprovem sua resistência a altas doses de radiação, particularmente importante para satélites geossíncronos, que precisam funcionar por anos, para esses testes são utilizados aceleradores de partículas, indo desde os de baixa energia como os presentes no LAMFI-SP e Pelletron localizados na Universidade de São Paulo, como os de média energia, localizados nos Estados Unidos e Europa.

Os aceleradores de partículas são capazes de produzir um feixe de íons com energias compatíveis com as encontradas no ambiente espacial, em especial, com energias semelhantes ás encontradas em uma erupção solar.

Com o uso dos aceleradores, é possível aplicar doses de radiação muito mais altas do que no espaço próximo, realizando em poucas horas um teste que equivale a anos no espaço, se o semicondutor sobreviver, ele é considerado apto a ser utilizado no satélite.

Mesmo computadores e celulares localizados na superfície terrestre estão sujeitos a radiação ionizante, a magnetosfera e a atmosfera terrestre bloqueia grande parte dessa radiação, porém uma pequena parte consegue atravessar e atingir a superfície.

Com a contínua miniaturização dos componentes eletrônicos, mesmo a radiação natural pode representar riscos a nossa sociedade tecnológica, afinal ninguém que os uns associadas a sua conta bancária seja substituídos por zeros em um servidor do banco devido a uma radiação ionizante. O que faz com que fique cada vez mais importante esse estudo, utilizando feixes de íons gerados por aceleradores.

Para saber mais clique aqui.




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