O titânio é considerado um biomaterial (material biocompatível) pela 
baixa reatividade e pela grande estabilidade da sua camada de óxido 
superficial. Pelas suas propriedades mecânicas ele é usualmente 
utilizado na fabricação de substitutos ósseos e implantes dentários. 
Visando contribuir para o desenvolvimento de novas superfícies 
osteointegráveis, neste trabalho foram estudadas duas superfícies de 
titânio modificadas com implantação iônica de P e BF2 com energia de 30 e
 77keV, respectivamente. As superfícies foram submetidas a ensaios in 
vitro de cultura celular de células osteoblásticas (MG-63) e os 
resultados foram comparados com duas superfícies comerciais: 
poliestireno tratado para meio de cultura celular (PC) e titânio comum 
utilizado em implante dentário (TI). A atividade enzimática da fosfatase
 alcalina (FA) associadas à formação de biofilme mineralizado pelas 
células diferenciadas foram avaliadas. Concentrações de cálcio e fósforo
 no biofilme foram determinadas por espectroscopia de  raios-X induzida 
por prótons, PIXE. Imagens superficiais com microscopia eletrônica de 
varredura serviram para verificar a homogeneidade e integridade dos 
biofilmes formados. Medidas de ângulo de contato foram realizadas para 
determinar o caráter hidrofílico das superfícies e do biofilme formado. 
As superfícies PC e TI se apresentaram hidrofílicas com formação de 
biofilme menos homogêneo que as apresentadas pelas superfícies PT e BFT,
 ambas hidrofóbicas. As concentrações de FA medidas no meio de cultura 
indicaram consumo maior que a secreção em PC e TI. Em PT e BFT foram 
observados acúmulos de FA no meio de cultura. Concentrações maiores de 
cálcio e fósforo foram observadas em PC e TI. Destas observações, as 
quatro superfícies podem ser consideradas biocompatíveis (não 
citotóxicas) pela formação de biofilme mineralizado e pelas medidas de 
atividade enzimática.
[Download]
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente, discuta, participe!