No acervo que compõem o patrimônio cultural, há muitos utensílios, obras
de arte, monumentos, etc., que são feitos de metais. Mas dentre os
diversos metais existentes, o cobre possui uma posição de destaque na
história, pois este foi o primeiro utilizado pela humanidade. Os metais
quando expostos à atmosfera podem sofrer processos de corrosão, o que
pode comprometer um artefato histórico. No cobre e suas ligas, o produto
dos processos de corrosão é denominado pátina. O estudo das pátinas e
das ligas que compõe a matriz, no qual a pátina se forma, é de
fundamental importância para a compreensão dos processos de corrosão.
Com esta informação, puderam-se determinar as melhores técnicas de
conservação e restauração que devem ser aplicadas. No presente estudo
utilizou-se pátinas artificiais, que já são amplamente conhecidas, e
possibilitam a simulação de pátinas naturais, além de ser possível
utilizá-las na recolocação de pátinas que fora removidas e/ou perdidas
de peças metálicas. Em um estudo anterior foram produzidas pátinas
artificiais a partir de três soluções utilizando dois procedimentos de
preparação e a análise foi realizada através das técnicas: EIS
(Espectroscopia por Impedância Eletroquímica), MEV (Microscopia
Eletrônica de Varredura), e XRD (Difração de Raio X), que são
consideradas técnicas micro-destrutivas. No presente estudo, destas
mesmas pátinas, utilizou-se para análise as técnicas de PIXE (Emissão de
Raio X Induzido por Partícula) e ED-XRF (Fluorescência de Raio X por
Dispersão de Energia), ambas não destrutivas e, no caso de ED-XRF, mais
frequentemente, possível ser utilizada in situ. Estas técnicas permitem a
analise de obras de arte em atmosfera, em um arranjo externo, o que
contribui para a análise de peças de diferentes formas e tamanhos. Os
resultados obtidos mostraram que o PIXE possui uma melhor caracterização
de elementos leve, enquanto que o ED-XRF é melhor para elemento
pesados. Na comparação entre PIXE interno e externo, observou-se que a
montagem externa é suficiente na análise desse tipo de material. As
medidas de padrões de aço validaram a técnica PIXE para análise de alvos
grossos e permitiram quantificar os elementos presentes nas amostras.
Tanto PIXE, quanto ED-XRF, mostraram nas análises das amostras os
elementos que estão presentes nas soluções aplicadas. Além disso, houve
um aumento do enxofre em algumas amostras e pátinas, e isto pode indicar
que este elemento foi agregado com o tempo nas amostras, devido à
exposição à atmosfera. Em comparação ao estudo anterior, que
caracterizou a composição das camadas de pátinas em amostras
semelhantes, foi possível mostrar que se pode determinar e quantificar
com PIXE eED-XRF os elementos presentes sem que seja necessária a
retirada do material a ser analisado, principalmente se aplicadas para a
análise de peças com valor histórico e cultural. O estudo utilizando as
técnicas PIXE e/ou ED-XRF, juntamente com técnicas EIS, SEM e XRD,
torna as respostas mais completas, mas nem sempre isso é possível em se
tratando de bens do patrimônio histórico, cultural e artístico.
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